Dispara o número de cheques sem fundo de empresas
O cadastro da ACSP acumulou 417.776 cheques sem fundo,o que significou uma alta de 21,22%, em relação a fevereiro de 2008.
O número de cheques sem fundo emitidos por empresas disparou a partir do início da crise na economia mundial. Desde setembro do ano passado, os cadastros da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e do Banco Central registram, em média, altas nas transações com esses cheques que superam os 20% quando comparado aos números aferidos nos mesmos meses do ano imediatamente anterior. Frente a esses resultados, Alencar Burti, presidente da ACSP, alerta para a necessidade se criar garantias para evitar que os bancos fiquem ainda mais receosos na concessão de crédito. “Esses números mostram que devem ser tomadas todas as medidas para evitar que se gere mais insegurança no setor financeiro”, diz Burti.
No último levantamento, que agrega os números relativos a fevereiro de 2009, o cadastro da ACSP acumulou 417.776 cheques sem fundo, o que significou uma alta de 21,22% na comparação com o registrado em fevereiro de 2008, quando 344.645 foram incluídos nessa modalidade. Esse aumento no volume de cheques sem fundo emitidos por pessoas jurídicas está atrelado, em grande parte, aos problemas de capital de giro que as empresas estão enfrentando em decorrência da desaceleração do consumo e da suspensão de contratos de vendas. Para piorar, os bancos, temendo a disparada da inadimplência, restringiram a concessão de crédito às empresas.
Por outro lado, o volume de cheques sem fundo emitidos por pessoas físicas vem registrando queda. Na comparação entre fevereiros, em 2009 o cadastro da ACSP acumulou 1.769.841 cheques desse tipo, redução de 5,48% tendo fevereiro de 2008 como parâmetro, quando 1.872.485 cheques sem fundo foram cadastrados. Esse fenômeno também pode ser explicado pela crise. A desaceleração da economia e o anúncio de demissões feito por grandes empresas geraram insegurança no consumidor, que colocou o pé no freio antes de gastar. Com isso, aumentou o volume de compras à vista, que costumam ser de valor menor, em detrimento às compras parceladas, nas quais o cheque pré-datado é uma das ferramentas usadas.