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Consumidor registra o máximo de satisfação

Reajuste do salário mínimo e maior oferta de trabalho mantêm otimismo em alta

O brasileiro nunca esteve tão satisfeito com a economia, com as finanças da família e com a capacidade de adquirir bens duráveis. Em janeiro, o Índice de Satisfação Atual, da Fundação Getulio Vargas (FGV), levantamento que pondera tal otimismo, bateu recorde ao chegar aos 124,8 pontos. Além da satisfação, a confiança do consumidor na economia também está em alta, registrando um aumento de 0,6% na comparação entre janeiro e dezembro. Os dois números fazem parte da Sondagem de Expectativas do Consumidor, divulgada ontem. 

O bom desempenho de janeiro foi influenciado principalmente pelas famílias de baixa renda, que vivem com até R$ 2,1 mil. “O reajuste do salário mínimo e o mercado de trabalho aquecido sustentam essa condição otimista”, justificou uma das coordenadoras da sondagem, a economista da FGV Viviane Bittencourt. A situação financeira da família foi o quesito da pesquisa que mais pesou positivamente na expectativa do consumidor em janeiro. Na comparação com dezembro, a quantidade de entrevistados que avaliam a situação atual como boa aumentou de 17,5% para 20,4%. Já a proporção dos que a julgam ruim caiu de 13,2% para 12,2%. 

Com o salário mínimo maior e a expectativa de que o mercado de trabalho não apresente depressões nos próximos meses, as famílias de baixa renda demonstraram maiores intenções de comprar bens duráveis do que as classes de maior poder aquisitivo. As famílias de classe média e alta estariam mais cautelosas em função de uma menor capacidade de endividamento neste começo de ano — situação causada pelo forte consumo de bens duráveis com alguma isenção tributária no decorrer de 2009. 

Precaução 

A cautela das famílias com rendimentos maiores foi impactante no Índice de Expectativas, taxa que também faz parte da sondagem da FGV e que recuou 1,1 ponto percentual em janeiro ao cair para 106,6 pontos. De acordo com a pesquisa, os entrevistados se tornaram “menos otimistas” acerca das condições econômicas locais para daqui há seis meses. O número de consumidores que preveem um melhora diminuiu de 26,2% para 23,9%. A fatia deles que projetam piora aumentou de 9,1% para 10%. “O Índice de Expectativas está abaixo da média histórica. Mostra que o consumidor continua cauteloso e está mais contido nas avaliações para compras de bens duráveis. O orçamento ficou apertado com as aquisições de 2009 e agora vai ser necessário reequilibrá-lo”, explicou Viviane Bittencourt. 

INDUSTRIAIS MUITO OTIMISTAS 
Todos os 27 setores consultados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para preparar o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) de janeiro estão bastante otimistas com a economia brasileira. “E o otimismo não é pouco”, registra o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. “Além de o Icei ter registrado recorde histórico, com 68,7 pontos, não tivemos nenhum setor com índice abaixo de 63,2 pontos”, disse o economista. Segundo a CNI, valores acima de 50 pontos indicam empresários confiantes. A satisfação é maior entre as empresas de grande porte, com 70,1 pontos. As de médio porte registraram 68,7 pontos; e as de pequeno, 66,7. A pesquisa foi feita com 1.431 empresas.

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