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Inflação puxa juros, mas PIB fraco contém alta

Os contratos mais curtos cederam, enquanto os de vencimentos mais longos subiram.

Os juros fecharam a quarta-feira na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) com tendências opostas, influenciados pela divulgação de índices de inflação superiores às projeções do mercado. Os contratos mais curtos cederam, enquanto os de vencimentos mais longos subiram.

No começo da sessão, os contratos bateram nas máximas no momento em que todos os três índices de inflação divulgados apresentaram variações superiores às médias projetadas pelos analistas, conforme levantamento do Valor Data. O IPCA avançou 0,43% em julho ante estimativas de 0,39%; o IGP-M subiu 1,21% na primeira prévia de agosto ante 0,95% em junho; e o IPC-S, também da FGV, avançou 0,40% na quadrissemana ante 0,19% no mesmo período de julho.

Os economistas do HSBC, Andre Loes e Sabrina Andrade, apontaram que o humor em relação às pressões inflacionárias tende a piorar nas próximas semanas. Mas eles mantiveram a projeção para a Selic. A instituição segue prevendo um corte de 0,5 ponto percentual no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês.

O Bank of America Merrill Lynch apontou que a inflação anual apurada em junho, de 4,9%, foi o ponto mínimo do IPCA em 2012, e prevê uma variação fechada em dezembro de 5,1%. Mas o banco admite que pode rever essa projeção no caso de reajustes de preços dos combustíveis, como admitiu ontem o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão.

O fato de as principais casas bancárias não terem alterado as projeções para a Selic explica o motivo de os juros na BM&F não terem sustentado o movimento de alta ao longo das operações de ontem.

Em encontro realizado ontem entre economistas de instituições financeiras e o diretor de política econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, o tema que mais preocupou os presentes foi o ritmo da atividade. Segundo relato de participantes do encontro, ficou claro nas falas dos economistas que a expectativa de uma retomada da atividade já no terceiro trimestre é vista com ceticismo. Entre os participantes, a maioria tem previsões entre 1,5% e 2% para o PIB neste ano.

No mercado de câmbio, os volumes negociados cresceram e a variação de preço também, mas a cotação do dólar seguiu respeitando os R$ 2,02.

O mercado continua se autorregulando, conforme prevalece a percepção de que o governo e o Banco Central não querem dólar abaixo dos R$ 2.

Então, quando a cotação se aproxima do piso, no caso os R$ 2,02, os compradores já se apresentam. Esse é o mesmo quadro que foi observado ao longo de todo o mês de julho.

"O novo piso é R$ 2. Por isso, não entra venda. E também não entra compra, pois era para o preço já estar abaixo desses R$ 2", diz um tesoureiro.

No lado técnico, o dólar para setembro não consegue romper de forma consistente o suporte de R$ 2,03, que abriria espaço para a moeda acentuar a baixa.

O dólar comercial encerrou o dia com queda de 0,30%, valendo R$ 2,022 na venda, depois de começar o dia em alta e marcar R$ 2,037 (+0,44%).

No câmbio externo, outras moedas emergentes, como o peso mexicano e rand sul-africano, também ganharam do dólar. Já o euro caiu 0,31%, a US$ 1,236.

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