Empresas buscam profissionais flexíveis
''Com a acomodação as pessoas e as empresas podem envelhecer. Uma empresa pode ser velha com apenas dez anos''
O importante é ter raízes e não âncoras. A âncora imobiliza, a raiz alimenta. A opinião é do doutor em Educação, filósofo e professor da PUC-SP, Mário Sérgio Cortella, que também participou ontem do evento da rede PAEX. O tema da palestra dele foi ''Da Oportunidade ao Êxito - Mudar é Complicado, Acomodar é Perecer''.
''O ser humano tende a se acomodar ao conforto e isso é perigoso em um mundo com uma grande velocidade de mudanças'', comentou. Ele disse que a acomodação leva a uma precarização da competência da pessoa no mercado de trabalho. E defende três trilhas virtuosas: a generosidade mental (transmitir conhecimento), a coerência ética (praticar o que a pessoa ensina) e humildade intelectual, ou seja, procurar pessoas que têm conhecimento.
''Com a acomodação as pessoas e as empresas podem envelhecer. Uma empresa pode ser velha com apenas dez anos'', disse. Para ele, a ''pessoa velha'' é aquela que não tem dúvidas e acha que não tem condições de continuar aprendendo. Para ele, a ''insatisfação positiva'' leva as pessoas a quererem mais e melhor.
Por todos estes motivos, ele defende que as empresas estejam sempre em processo de qualificação para não ficarem ultrapassadas.
Para Cortella, a quantidade de informações no mundo moderno já está em um nível de esgotamento. Ele considera as redes sociais positivas, mas defende que precisam ''ser usadas com moderação assim como o álcool''.
Com as mudanças a uma velocidade cada vez maior, o filósofo considera difícil ''controlar a direção dos ventos'', mas ele defende que as empresas podem ''reorientar as velas da embarcação''. Para ele, acompanhar as transformações do mundo não é ficar mudando o tempo todo. Na verdade, as empresas querem profissionais flexíveis, mas não volúveis. (A.B.)