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Dólar cai a R$ 2,228

O dólar registrou ontem baixa de 0,75%, cotado a R$ 2,228 para venda, movimento comemorado com vigor pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff.

 O dólar registrou ontem baixa de 0,75%, cotado a R$ 2,228 para venda, movimento comemorado com vigor pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff. Foi a primeira série de duas quedas diárias ante o real desde 8 de maio. Além do anúncio de que o Banco Central fará uma pesada intervenção hoje no mercado, por meio de um leilão de venda de divisas, ajudou a derrubar a moeda norte-americana a declaração de um dos integrantes do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos. Segundo o presidente do Federal Reserve (Fed) de Dallas, Richard Fisher, mesmo que a autoridade monetária norte-americana reduza os estímulos à maior economia do planeta, não haverá uma brusca retenção de recursos.

Apesar dessa promessa, a presidente Dilma não quer esperar para ver. Bastante preocupada com os estragos deixados pela onda internacional de valorização do dólar, ela iniciou um esforço para formar um pacto entre os países do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ontem, falou por telefone com o presidente chinês Xi Jinping.

Na conversa, Dilma revelou a sua aflição com os efeitos da política monetária dos Estados Unidos sobre a inflação brasileira, que se mantém no limite de tolerância na meta perseguida pelo BC, de 6,5%. Ela discutiu com o colega chinês a possibilidade de se construir um mecanismo de proteção ao real e à moeda da China, o yuan, sistema que seria coordenado pelos bancos centrais dos dois países. A presidente também trataria ontem do assunto com o presidente russo Vladimir Putin.

Crise
A disparada do dólar e os seus efeitos sobre o custo de vida desafiam a equipe de Dilma, sobretudo diante da perda de popularidade do governo e às gigantescas mobilizações populares que varrem o país. Durante o auge da crise econômica global, em 2009, os bancos centrais do Brasil e dos EUA firmaram acordo em torno de uma linha de troca (swap) de dólares por reais, no valor de US$ 30 bilhões, a fim de responderem a uma eventual necessidade de oferta da moeda norte-americana.

 No fim de semana, o banco central da Inglaterra e o da China anunciaram acordo de três anos para a troca de suas moedas, envolvendo a libra esterlina e o yuan, sempre que necessário. O acordo inédito deverá favorecer ao plano do governo do Reino Unido de transformar Londres em um grande mercado de transações com a divisa chinesa.

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