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Taxas de juros: O que esperar do segundo mandato de Dilma Rousseff

A nova equipe econômica do governo tem como grandes desafios reconquistar a confiança do mercado e frear problemas como a inflação e a inadimplência

Passado o período eleitoral, que definiu a continuidade da presidente Dilma Rousseff no comando do Brasil, as atenções se voltaram para a formação da nova equipe que será responsável pelo futuro econômico do país a partir de 2015. Se até a eleição o mercado financeiro era contrário a sua permanência no Palácio do Planalto, agora, tudo gira em torno do que farão os escolhidos para ocupar a presidência do Banco Central e os ministérios da Fazenda, do Planejamento e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Antes mesmo da confirmação de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central, um dado já preocupava os brasileiros. De acordo com o Banco Central, a taxa média de juros no crédito ao consumo voltou a subir no mês de outubro e atingiu a marca de 44% ao ano. Em termos de comparação com setembro, os juros subiram 1,2 ponto percentual. “Este valor foi composto da seguinte maneira: 0,3 ponto percentual devido ao aumento no custo do dinheiro para as instituições bancárias e 0,9 ponto percentual referente à diferença entre o que os bancos pagam na captação de recursos e o que eles cobram ao conceder um empréstimo para uma pessoa física ou jurídica, o chamado spread bancário”, explica a Superintendente Financeira da Sorocred, Mary Helen Souto.

Em seu segundo mandato, a presidente terá de lidar com muitos desafios. Entre outros pontos, ela precisará reaquecer a economia brasileira, reconquistar a confiança dos empresários e dos investidores estrangeiros, além de colocar em prática reformas importantes como a política e a tributária, por exemplo. “O ambiente macroeconômico será desafiador para Dilma. Ela terá de adotar alguns ajustes com o objetivo de resolver certos desequilíbrios que surgiram na nossa economia nos últimos anos”, complementa Mary Helen. “E isto sem deixar de considerar as pressões externas que também têm afetado o País, como a desaceleração da economia na China e a crise na Argentina, apenas para citar dois exemplos”, ressalta. 

Já para a Diretora de Cartões da Sorocred, Marcela Vertuan, outra questão a ser levada em consideração é a inadimplência. Apesar de ter tido ligeira queda em outubro, ainda assim é preciso estar atento ao assunto. “Esta diminuição pode ter ocorrido devido à desaceleração do consumo. Os consumidores, de uma maneira geral, ficaram desconfiados e inseguros em relação à economia do país e ao mercado de trabalho. Mas, com o retorno do aquecimento econômico, este número pode voltar a crescer”, alerta.

Além disso, a presidente também precisa conter a inflação, que tem ficado acima do teto da meta de 6,5% ao ano. “O governo precisa reconstituir a credibilidade que perdeu na área econômica e retomar o crescimento sem perder o controle da inflação”, finaliza Marcela. 

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