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Taxa de Administração e Taxa de Performance: o que são e o que significam para você?

Saiba distinguir quando os valores dessas cobranças são justos ou não para os seus investimentos

Quem me acompanha sabe que eu sempre levanto a bandeira da eficiência nos investimentos. E, para mim, eficiência nos investimentos nada mais é do que pagar o mínimo de tarifas possíveis para sobrar mais dinheiro no seu bolso. Por isso, hoje decidi escrever sobre a taxa de administração e a taxa de performance, que vemos em muitos dos investimentos comercializados atualmente. Meu objetivo é ajudar você a discernir o que são taxas justas e o que são taxas extremamente elevadas. Vamos lá?

Primeiro, o que é taxa de administração? Trata-se de um valor cobrado pela instituição financeira ou gestora em cima do montante que você aplica em determinado fundo. Alguns dos principais produtos do mercado financeiro que cobram taxa de administração são os fundos multimercado, fundos de renda fixa, fundos de ações, consórcios e também um produto cada vez mais comum, as carteiras administradas. Geralmente é cobrado um valor percentual; tem fundos que pagam 1%, 2%, 3% de taxa de administração, às vezes mais, às vezes menos, mas geralmente rondam em volta de 1% a 2%.

Já a taxa de performance tem uma característica diferente. Trata-se de um valor que é cobrado acima da performance de um determinado benchmarking (um índice de referência). Por exemplo, o Ibovespa. Muitos dos fundos de ações têm seu benchmarking atrelado ao Ibovespa, o que significa que a instituição financeira só vai cobrar performance sobre o resultado que ela tiver acima deste índice. O que, na minha visão, me parece bem justo, já que existe um alinhamento dos interesses e, afinal, o gestor só vai ganhar essa renda caso ele tenha um retorno melhor que a média de mercado.

Para deixar mais claro, vamos supor que um fundo teve uma performance de 15% no ano e o Ibovespa subiu 10% no ano. Ou seja, o fundo teve 5% acima do benchmarking. Muitos fundos cobram 20% de taxa de performance sobre o benchmarking. Neste caso, quanto seria a taxa de performance aplicada? 20% de 5% dá 1%. Mais ou menos 1% do seu capital vai para o gestor caso ele tenha essa performance. Alguém pode perguntar: poxa, é justo o gestor tirar essa taxa? Primeiro, que foi algo combinado desde o começo, você aplicou em um fundo, deveria saber as taxas que está pagando e, segundo, que as taxas de performance alinham bastante porque o gestor ou a instituição financeira só irão receber se tiverem performance, então me parece compatível com o risco do fundo.

Agora, há casos em que a taxa não é aplicada corretamente. Eu vi um dia desses um fundo de ouro que cobrava performance sobre o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), mas se o ouro subir, o gestor não fez nada de inteligente a respeito que justifique ganhar performance, por isso me parece uma cobrança bem equivocada. Um fundo de ouro deveria ter um benchmarking ligado a ouro e isso serve para todos os produtos: um fundo de ações deveria ter um benchmarking ligado a ações, um de renda fixa deveria ter um benchmarking ligado a títulos de renda fixa. É muito importante que exista um casamento do benchmarking com o perfil de risco que o gestor do fundo vai correr com seu dinheiro.

E talvez você esteja se perguntando quais são os principais benchmarkings que existem na indústria? O principal dos fundos de ações é o Ibovespa, que é o índice que a B3 criou e que acompanha a média das grandes empresas do Brasil.

Um benchmarking para os fundos estrangeiros, até para alguns fundos raros no Brasil, é o S&P500, em que o gestor só cobra performance se superar a média das 500 maiores empresas americanas.

O dólar também é outro benchmarking. Tem alguns raros fundos que cobram performance em cima da variação da taxa PTAX em determinado período, geralmente no ano.

Outro benchmarking é o CDI, que é muito comum nos fundos multimercados, mas particularmente eu não gosto muito disso porque, com o CDI a 2%, conseguir 150% do CDI não é muita coisa… Este bench fazia mais sentido quando o CDI era alto.

E quais fundos geralmente cobram taxa de performance? São os fundos chamados ativos, aqueles em que o gestor toma uma decisão de investimento: compro Vale ou vendo ações da Vale? Compro Petrobras ou não? Isso é gestão ativa. Existem fundos que seguem uma gestão passiva, que nada mais é do que replicar um benchmarking. Temos no mercado inúmeros fundos passivos que replicam o Ibovespa. Os ETFs (Exchange Traded Fund), que replicam índices, também estão em ascensão. Geralmente esses fundos e ETFs não têm taxa de performance, mesmo porque o objetivo do fundo é justamente seguir aquela média de mercado.

Acredito que depois de ler este artigo você já saiba tudo sobre taxa de administração e taxa de performance. Gosto quando encontro fundos que cobram taxa de administração abaixo da média e que cobram taxa de performance; mostram que o gestor está no jogo, mais para encontrar boas oportunidades do que para ficar drenando seus recursos com taxas de administração elevadas. Fica de olho nisso e premia com a taxa de performance o gestor que tem um bom desempenho. Isso é o mais justo e está em alinhamento aos seus interesses. Os fundos que produzem performance ao longo do tempo e os gestores merecem ser remunerados por isso, por fazerem um bom trabalho.

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