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Empresas devem agir com transparência nas demissões em massa

No caso do Facebook, em torno de 13% das pessoas foram cortadas e o e-mail acaba sendo a forma escolhida para dar a notícia ao mesmo tempo para as pessoas

Nesta última quarta-feira (09), Mark Zuckerberg, presidente-executivo da Meta (dona do Facebook, Instagram e Whatsapp) anunciou o desligamento de mais de 11 mil funcionários. O grupo comandado por Zuckerberg não foi o único na atual “onda” de demissões coletivas. Na semana passada, o Twitter demitiu metade dos cerca de 7,5 mil colaboradores, após a marca ser comprada pelo bilionário Elon Musk.

A pesquisadora e autora best-seller Tonia Casarin – que acaba de lançar o livro “Liderança Exponencial” – no qual aborda as principais características do líder do futuro – comenta como os gestores de equipes devem tratar situações de revés, como é o caso dos desligamentos em massa.

“Em momentos delicados como esse, é fundamental agir com transparência. Quanto mais transparente a empresa e o líder forem, menos darão chance para rumores entre os colaboradores, com disseminação de informações infundadas que instauram um clima de desconfiança, medo e alarde”, defende a autora.

Para isso, na visão de Tonia, o líder deve compartilhar com o time o que sabe a respeito das mudanças em curso. “É natural que a equipe fique com receio diante de um cenário como esse, mas o líder deve trabalhar para que o clima entre os membros da equipe não seja ainda mais prejudicado”, explica a especialista. Ela ressalta que em casos de demissão de massa, muitas vezes, as lideranças não são informadas de muitos detalhes. O importante também é que ninguém seja pego de surpresa.

Outro aspecto importante, para a especialista, é o canal utilizado para desligar os funcionários. “Demissão por e-mail, por exemplo, é muito ruim, a forma de dispensar o colaborador é tão (ou até mais) importante quanto a notícia negativa”, alerta ela. Porém, ela ressalta que em casos de demissão em massa, a empresa costuma visar que será por e-mail, já preparando as pessoas sobre o que esperar. No caso do Facebook, em torno de 13% das pessoas foram cortadas e o e-mail acaba sendo a forma escolhida para dar a notícia ao mesmo tempo para as pessoas.

Por fim, a pesquisadora ressalta que é importante ter compaixão por parte da liderança. “É preciso compreender que é uma fase difícil para os colaboradores, e verificar o que a empresa ou o gestor pode oferecer para auxiliar os dispensados – como uma carta de recomendação, ou apresentar para pessoas da rede de networking que sejam empregadores em potencial”, finaliza Tonia. “As empresas costumam oferecer um pacote de desligamento de alguns meses de salário, manutenção do plano de saúde por alguns meses e até serviço de recolocação profissional. Ainda que não faça o processo ficar mais fácil, é a forma que a empresa tem muitas vezes de fazer algo pelos colaboradores.

Para aqueles que continuam na empresa, apesar do alívio de não ser afetado pela demissão, a dor de perder companheiros de trabalho também é grande. Dar acolhimento para essas pessoas e incentivá-las a contactar seus colegas pode ajudar no processo. Muitas pessoas se colocam a disposição para apresentar pessoas de seu networking e ajudar em conversas em casos assim. A cultura de cuidado é importante para quem fica e para quem vai, de forma que a decisão é focada em negócios, mas deve-se cuidar das pessoas no processo.

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